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A EXISTÊNCIA DO NADA E A INVENÇÃO DO BARÔMETRO

Aristóteles negou a existência do espaço vazio. Para o antigo filósofo e cientista grego qualquer porção de matéria retirada é logo ocupada por outra. É atribuído a ele a célebre expressão “a natureza tem horror ao vácuo”. Desde então, ao longo de toda a idade média, predominou a ideia de que o espaço não pode ser definido em uma região onde nada existe.

No entanto, em 1644, o matemático italiano Evangelista Torricelli mostrou que aqueles que eram céticos da existência do espaço vazio estavam errados. Seu experimento foi bastante simples: Torricelli encheu um tubo de vidro com 1000 mm de comprimento com mercúrio e selou a extremidade aberta com a ponta do dedo. Ele então imergiu essa extremidade em um recipiente contendo mercúrio. Ao retirar o dedo, a coluna de mercúrio desceu até a altura de 760 mm e se formou uma lacuna vazia acima. Desta maneira, Torricelli demonstrou que o espaço vazio formado no tubo era de fato um vácuo. Isso porque quando ele invertia o tubo novamente, a lacuna desaparecia imediatamente, mais rápido do que o ar poderia se dissipar.

Com tal experimento, além de mostrar a existência do vácuo, Torricelli havia inventado o primeiro barômetro (instrumento que mede a pressão atmosférica). Quatro anos mais tarde, em 1648, o cientista e filósofo francês Blaise Pascal mostrou que a altura do mercúrio variava com a altitude, o que se deve a diferenças na pressão atmosférica.

Na década de 1650, Otto von Guericke, prefeito da cidade alemã de Magdeburg, foi o primeiro a gerar um vácuo em grande escala. Von Guericke juntou dois hemisférios de cobre bem ajustados e, usando uma bomba de vácuo, extraiu o ar da esfera. Ele então juntou duas equipes de dezesseis cavalos (oito de cada lado) que não conseguiram separar os hemisférios evacuados. A enorme pressão atmosférica externa à esfera impedia que os hemisférios fossem separados.

Os Hemisférios de Magdeburg se tornaram um experimento clássico que demonstra a fortíssima pressão atmosférica ao nosso redor. No dia a dia, não nos damos conta dessa enorme pressão. Por outro lado, o sagaz Aristóteles tinha tanta noção da sua existência que isso o levou a duvidar da existência do vazio. Duvida que persiste hoje, pois tanto no vácuo produzido pelos humanos como naquele existente no meio interestelar ou intergaláctico há ainda alguns átomos. O nada parece ser um quase nada!

REFERÊNCIAS

Jousten, K. A unit for nothing. Nat. Phys. 15, 618 (2019). https://www.nature.com/articles/s41567-019-0530-8

The Experiment Demonstrating That as a Result of Air Pressure, Two Hemispheres can be Joined Together in Such a Way That They Cannot be Separated by Sixteen Horses. In: The New (So-Called) Magdeburg Experiments of Otto Von Guericke. Archives Internationales D’Histoire Des Idées / International Archives of the History of Ideas, vol 137. Springer, Dordrecht. https://doi.org/10.1007/978-94-011-2010-4_70

Why is space a vacuum? by D. Coffey in Livescience. https://www.livescience.com/why-is-space-a-vacuum.html

Pode ser uma imagem de 2 pessoas e texto que diz "Lacuna de vácuo Pressão atmosférica érica Coluna de mercúrio Aristóteles 760 mm Mercúrio EvangelistaTorricelli Evangelista Torricelli Otto von Guericke Hemisférios de Magdeburg"

https://www.facebook.com/photo/?fbid=175007478509654&set=a.157863166890752

By SANTANA

Jornalista/ Bacharel em Ciência Política / Sociólogo/ Gestor em Segurança Pública e Policiamento / Pós graduado em Sociologia e Política de Segurança Pública

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