Aumento do ICMS em SP pode causar 50 mil demissões no setor automotivo, dizem entidades
Imposto sobre o carro novo subirá de 12% para 13,3% no dia 15 de janeiro, e em 1° de abril terá novo aumento; Usados subirão de 1,8% para 5,53%
Por André Schaun
Nesta quarta-feira (13) diversas autoridades do setor automotivo apresentaram estudos sobre os prejuízos que o aumento da alíquota do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) vai causar no Estado de São Paulo. Além do aumento de preço dos carros, o fechamento de diversas lojas, de novos e usados, e demissões em massa serão inevitáveis, afirmam as entidades.
Em todo o estado são 12,5 mil lojas multimarcas, que empregam 300 mil pessoas, de forma direta e indireta, além das 1.701 concessionárias autorizadas, responsáveis por 71.442 empregos diretos, segundo a Fenabrave (Federação Nacional Distribuição Veículos Automotores).
São Paulo é responsável por cerca de 40% das vendas de veículos usados do Brasil. Somente no ano passado foram comercializados 3,8 milhões de unidades em todo o estado. Já no que diz respeito à venda veículos zero quilômetro, o estado representa 32% dos emplacamentos, com 722.262 veículos vendidos em 2020.
ICMS para carros usados e seminovos pode aumentar 207% (Foto: Hairton Ponciano Voz) — Foto: Auto Esporte
“Esperávamos, no mínimo, respeito e consideração do governo com os lojistas para que tivéssemos um diálogo técnico, lógico e racional sobre essas negociações de aumento do imposto. Se esse decreto entrar em vigor, ele trará mais informalidade ao setor, migração para outros estados, menos arrecadação para o estado de São Paulo e o fechamento de muitas lojas, e consequentemente, aumento massivo de desemprego”, afirmou Alarico Assumpção Júnior, presidente da Fenabrave.
A entidade previu um crescimento de 15,8% na venda de carros e comerciais leves zero quilômetro para este ano em relação a 2020. Porém, com o aumento do ICMS, Alarico afirmou que esse número deve abaixar, mas sem prever o quanto.
Inicialmente, o conjunto de medidas do pacote de ajuste fiscal do Estado de São Paulo havia determinado ao final de outubro que a cobrança do imposto de carros zero km passaria de 12% para 13,3% a partir do dia 15 de janeiro.