Clonagem de WhatsApp já afeta mais de 15 mil brasileiros ao dia
Número de pessoas afetadas pelo golpe aumentou em 25% em setembro, atingindo quase 500 mil vítimas em potencial, diz pesquisa
Análise projeta que mais de 473 mil brasileiros tenham sido vítimas do golpe de clonagem de WhatsApp, somente no último mês, uma média de mais de 15 mil vítimas do golpe por dia. Na comparação com o mês anterior, o número de vítimas foi 25% maior. Os dados são de levantamento feito laboratório de segurança digital (dfndr lab) da PSafe.
Segundo o estudo, São Paulo é o epicentro dos ataques, com 107 mil afetados, seguido pelo Rio de Janeiro, com 60 mil, e Minas Gerais com 43 mil. ”A clonagem de WhatsApp é um golpe que começa com a engenharia social, um método de ataque em que uma pessoa mal-intencionada faz uso da manipulação psicológica para induzir alguém a realizar ações específicas, como compartilhar informações pessoais, baixar aplicativos falsos ou abrir links maliciosos”, explica Emilio Simoni, diretor do dfndr lab. “No caso da clonagem, o cibercriminoso pede especificamente os dados pessoais, número de celular e o código de confirmação que dá acesso ao WhatsApp da vítima”, alerta.
De posse do número de celular e do código de confirmação, o cibercriminoso pode acessar o WhatsApp da vítima. “Ao acessar o app de mensagens, o golpista inicia conversas com os contatos da vítima e, de posse dos dados pessoais do dono da conta, utiliza mais uma vez da Engenharia Social para convencer essas pessoas a prestar favores, visando ganho financeiro”, explica Simoni.
Novas formas de falsificação de WhatsApp
Recentemente, o humorista Marcelo Adnet, utilizou sua conta do Twitter para relatar que foi vítima do golpe de falsificação de WhatsApp. Pessoas mal-intencionadas teriam utilizado um novo número de celular com a foto do artista para se passar por ele. “Nesse caso, também houve o uso da engenharia social, mas sem a invasão ao aplicativo da vítima. A ação do humorista diante do golpe foi correta ao divulgar o caso para alertar seus contatos e, em seguida, registrar um boletim de ocorrência”, explica o diretor do dfndr lab.
O especialista faz também uma recomendação para quem suspeitar de golpes como este. “Ao ver alguma mudança de número, ligue para seu contato ou até mesmo faça uma videochamada, para garantir que aquela pessoa é realmente quem diz ser e, caso reste alguma dúvida, não informe dados pessoais, não clique em links enviados e não realize transações financeiras.”
Diferente de outras ameaças digitais, os golpes de Clonagem e falsificação de WhatsApp quase nunca usam sistemas sofisticados ou softwares de última geração. “O sucesso desta técnica depende da relação estabelecida entre o golpista e a vítima, que tenta ganhar sua confiança, e o mais comum é o pedido de empréstimos e/ou o pagamento de contas. Por isso, a melhor forma de evitar estes ciberataques é a prevenção”, destaca Simoni.
O diretor também indica que o risco é ainda maior àqueles que trabalham utilizando o celular. “O uso do smartphone pessoal para fins pessoais e profissionais facilita o acesso de cibercriminosos a informações confidenciais, inclusive de empresas. Os dados corporativos são muito valiosos para cibercriminosos e os prejuízos causados pelos vazamentos deles são incontáveis, ultrapassando os danos financeiros e podendo afetar a confiança dos clientes e até a reputação da empresa.”
Fonte: CISO Advisor (https://www.cisoadvisor.com.br/clonagem-de-whatsapp-ja-afeta-mais-de-15-mil-brasileiros-ao-dia/