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Respiradores da China comprados pelo governo do Pará não funcionam; cada aparelho custou R$126 mil

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maio 8, 2020

Equipamentos adquiridos para tratar pacientes com Covid-19 apresentaram falhas identificadas por técnicos durante processo de instalação e ainda não podem ser usados, segundo o governo estadual.

Por Jorge Sauma e Taymã Carneiro, G1 PA — Belém

Os 152 respiradores comprados da China pelo governo do Pará para tratamento de pacientes com Covid-19 apresentaram falhas durante processo de instalação e ainda não puderam ser usados, afirmou o próprio governo estadual. Cada respirador custou R$ 126 mil.

Os equipamentos chegaram na segunda-feira (4), junto com 1.580 bombas de infusão, que permitiriam a instalação de novos leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) para Covid-19 e foram enviados para hospitais de Belém, Santarém, Marabá, Breves e Capanema.

Sespa disse que equipamentos funcionavam

Desde a última quarta, o G1 está questionando o governo sobre um vídeo que circula pelas redes sociais mostrando um suposto profissional da saúde em um hospital do estado, apontando as falhas. Somente nesta sexta, o governo se posicionou.

No dia em que foi questionada pela reportagem, o perfil da Secretaria de Saúde Pública (Sespa) publicou um vídeo em uma rede social, mostrando os aparelhos “em “pleno funcionamento”. A publicação foi deletada.

A nota do governo diz que as dificuldades também ocorreram por outros compradores e que o governo está “em contato direto com os fabricantes, que prometem saná-los em caráter de urgência”. Ainda segundo o documento oficial, os fabricantes assumiram que vão resolver os problemas e adequar os equipamentos aos parâmetros nacionais.

Compra

No total, foram comprados 400 respiradores que, somados, custaram R$ 50,4 milhões, além de 400 monitores multiparamétricos, 400 oxímetros de pulso e 1600 bombas de infusão, totalizando R$ 100 milhões em investimentos, segundo o governo.

Segundo o governo, 80 respiradores foram destinados para o Hospital de Campanha de Belém e 30 para o Hospital Galileu, todos em Belém. Dez respiradores vão para o Hospital de Campanha de Santarém; 10 para o Hospital de Campanha de Marabá; 5 para o Hospital de Campanha de Breves e 4 para o Hospital de Capanema.

Cerca de 556 bombas de infusão acompanham os respiradores. Todos começaram a ser enviados na segunda.

Nessa primeira leva, o governo recebeu cerca de 152 respiradores e 1.580 bombas de infusão que seriam instalados em novos leitos de UTI. Outros equipamentos devem sair da China ainda esta semana rumo a Belém, totalizando a compra de 400 kits de UTI, segundo o governo.

O Pará já registra mais de 500 mortes e 6,1 mil infectados pelo novo coronavírus.

Veja a nota na íntegra:

O Governo do Pará informa que vem sofrendo problemas técnicos na implantação dos respiradores comprados na China, que chegaram na última segunda ao nosso Estado e ainda não puderam ser usados.

São as mesmas dificuldades que estão sendo enfrentadas por outros compradores, como grandes corporações privadas. Conjuntamente, estamos em contato direto com os fabricantes, que prometem saná-los em caráter de urgência.

Os fabricantes assumiram o compromisso com os compradores brasileiros de resolver os problemas e fazer as adequações dos equipamentos aos parâmetros nacionais.

O Governo do Pará esclarece que pagou um dos melhores preços entre os compradores, e aguarda a solução destes entraves. Mas ressalva que, em hipótese alguma, o erário público será prejudicado. Se as máquinas não cumprirem sua missão, serão devolvidas.

Estamos vivendo uma situação dramática e lamentamos tudo isso. Reafirmamos que estamos lutando dia e noite, com todas as possibilidades que temos, para salvar vida.

https://g1.globo.com/pa/para/noticia/2020/05/08/respiradores-da-china-comprados-pelo-para-nao-funcionam-diz-governo-cada-aparelho-custou-r126.ghtml?fbclid=IwAR0a-4srI8LlBw_NhqVC82X9_-zCqYk443nvX6SAA1idmc_d-ecpWHPCzAM

By SANTANA

Jornalista/ Bacharel em Ciência Política / Sociólogo/ Gestor em Segurança Pública e Policiamento / Pós graduado em Sociologia e Política de Segurança Pública

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