USP descobre jazida no fundo do mar e tesouro submarino torna o Brasil ´rico` em energias renováveis
por Flavia Marinho
USP acaba de descobrir tesouro no fundo do mar! Bactérias formaram reservas submarinas de cobalto, níquel, molibdênio, nióbio, platina, titânio e telúrio
Bactérias responsáveis por um processo de biomineralização que formou reservas submarinas de cobalto, níquel, molibdênio, nióbio, platina, titânio e telúrio, acabam de ser descobertas por oceanógrafos do Instituto Oceanográfico da Universidade de São Paulo (USP). A nova descoberta dos pesquisadores brasileiros pode tornar o Brasil rico em energias renováveis!
As jazidas encontradas pelos pesquisadores da USP estão em uma área conhecida como Elevação do Rio Grande. A região fica localizada em águas internacionais, mas o Brasil obteve autorização da Autoridade Internacional dos Fundos Marinhos (ligada à ONU) para estudar seu potencial por 15 anos.
Nas próximas décadas, o mundo poderá assistir a um rali por minérios, especialmente aqueles usados em baterias recarregáveis e células para geração de energia de alta eficiência, substitutas dos combustíveis fósseis causadores do aquecimento global. Esse é o caso do cobalto e do telúrio encontrados na Elevação Rio Grande.
Área do tesouro submarino encontrada pela USP tem três vezes o tamanho do estado do Rio de Janeiro
O tesouro submarino encontrado pelos oceanógrafos fica localizado a 1,5 mil quilômetros da costa brasileira. A área onde se encontra a jazida tem três vezes o tamanho do Estado do Rio de Janeiro e os “tesouros” estão a profundidades que vão de 800 a 3 mil metros.
Segundo a USP, a jazida se formou durante a separação do supercontinente Gondwana (que deu origem à África e à América do Sul), a Elevação Rio Grande era uma ilha que afundou há 40 milhões de anos devido ao peso da lava de um vulcão e à movimentação de placas tectônicas.
O Brasil solicitou à ONU, em 2018, a ampliação da sua plataforma continental, para incluir a Elevação Rio Grande na zona marinha exclusiva do país. A descoberta foi publicada recentemente pela revista Microbial Ecology e contou com o apoio financeiro da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de SP. Além disso, as expedições foram a bordo do RRS Discovery, navio da realeza britânica.
Existem apenas quatro áreas no planeta com potencial semelhante
Vale ressaltar que a viabilidade ou não da exploração futura desses minérios dependerá de aprofundamento na pesquisa.
Só outras quatro áreas no planeta apresentam potencial semelhante. São elas a Fratura de Clipperton e o monte submarino Takuyo-Daigo, ambos no Pacífico Norte, além do monte submarino Tropic, no Atlântico Norte.