Representantes da UNE teriam aplicado de forma indevida parte do R$ 1,5 milhão que deveria ser empregado na promoção de atividades culturais.
O Tribunal de Contas da União (TCU) está analisando a prestação de contas que coloca em suspeição a “boa-fé” da cúpula da União Nacional dos Estudantes (UNE), segundo reportagem do jornalista Ary Filgueira, publicada no site Metrópoles nesta segunda-feira (7).
A entidade estudantil é alvo de processo no TCU por usar recursos públicos oriundos de convênios com o extinto Ministério da Cultura para bancar festas, bebidas e pagar contas domésticas.
Em um dos casos sob análise, representantes da UNE aplicaram de forma indevida parte do R$ 1,5 milhão que deveria ser empregado na promoção de atividades culturais para comprar uísque, cerveja, vodca, vinho, isotônicos, energéticos, chocolates e produtos de higiene pessoal, ainda de acordo com o site
Na prestação de contas, os líderes da UNE não se deram ao trabalho de camuflar as irregularidades. Os líderes estudantis entregaram notas fiscais de produtos que nada tinham a ver com o objetivo dos eventos.
“Teria sido melhor não apresentar nada do que apresentar isso”, ressaltou o relator do processo, ministro Benjamin Zymler, segundo o Metrópoles.
O julgamento referente ao caso foi suspenso devido a pedido de vista do ministro Vital do Rêgo, que solicitou, na última quarta-feira (2), prazo extra para analisar melhor as irregularidades.
Por isso, o processo ainda não se tornou público. No entanto, o site Metrópoles alega ter obtido acesso a trechos das apurações e conversou com ao menos três membros do plenário do TCU, sob condição de anonimato.
De acordo com o site, todos os ministros disseram que irão votar pela reprovação das contas da UNE e pedir o ressarcimento de R$ 1,4 milhão aos cofres públicos.