Janderson Ferreira Leones, 24 anos, foi preso em março de 2019 pela morte do policial José Edivaldo do Nascimento, o 11º agente de segurança assassinado em 2018 no RN
setembro 9, 2019 às 21:08 – Por: Everton Dantas
Janderson Ferreira Leones, 24 anos, um dos suspeitos de participar da morte de um policial militar em Natal, foi libertado pela Justiça. Ele foi preso em março de 2019, apontado como um dos envolvidos na morte do sargento José Edivaldo do Nascimento, em 21 de abril de 2018.
E após essa prisão, passou a responder por dois processos: um por latrocínio e outro tráfico de drogas. Isso porque no dia que a polícia o encontrou, ele estava com 25 porções de “crack”, o que somava 2,33 gramas da droga.
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Na época, o juiz Kennedy de Oliveira Braga decretou a prisão preventiva de Janderson Ferreira no processo por tráfico. Nos dois processos ele foi denunciado pelo Ministério Público e as denúncias foram aceitas.
Mas os processos, em separado, acabaram gerando um efeito inesperado. Na ação por tráfico de drogas, o juiz considerou que “o Ministério Público não se desincumbiu de comprovar que a droga apreendida com o denunciado era destinada ao consumo de terceiros”.
E que por este motivo, o caso se tratava de “apreensão de droga para fins de consumo pessoal”. Em 13 de agosto de 2019, Janderson Ferreira Leones teve seu alvará de soltura expedido. O juiz frisou na decisão ter verificado que não havia outro mandado de prisão contra o acusado.
Casou houvesse, o alvará de soltura não teria gerado a liberdade do acusado. No outro processo, a denúncia foi aceita, a audiência de instrução realizada e o próprio acusado reconheceu um crime, negando o latrocínio e admitindo o homicídio.
As alegações finais foram apresentadas em 3 de setembro, pela defesa. O processo encontra-se pronto para decisão. Mas Janderson Ferreira Leones não está mais em local conhecido. No processo por tráfico, do qual foi liberado, a Justiça tentou intimá-lo sobre uma decisão.
O oficial de justiça que tentou cumprir o mandado deu a seguinte informação: “deixei de intimar Janderson Ferreira Leones, porque não localizei na Rua São Félix e os seus residentes afirmaram desconhecê-lo”.
Novo pedido de prisão preventiva poderia ter evitado liberação do acusado
Segundo informações repassadas ao OP9, caso tivesse sido pedida e decretada a prisão preventiva no processo por latrocínio, Janderson Ferreira ainda estaria à disposição da Justiça. Agora, caso seja condenado, ele se tornará foragido.
O promotor que atuou no processo do latrocínio, Morton Luiz Faria de Medeiros, da 18ª Promotoria, explicou que pediu a condenação de Janderson Ferreira pelo crime de latrocínio. E que ele esteve presente na audiência de instrução promovida em agosto.
De acordo com o promotor, pelo fato dele já estar preso não havia necessidade de pedir nova prisão. “Ele chegou e saiu preso”, afirmou, referindo-se à audiência de instrução do processo por roubo seguido de morte.
Morton Medeiros esclareceu ainda que após as alegações finais o processo segue na Justiça para decisão e o promotor fica desimcumbido do caso. O promotor confirmou que Janderson admitiu a morte do policial.
O processo pela morte do sargento está concluso para sentença desde o dia 4 de setembro deste ano. A vítima, Edivaldo do Nascimento, foi o 11º agente de segurança morto no RN em 2018. Janderson Ferreira, ao que se sabe, está livre.