Pacientes diagnosticados com Edema Macular Diabético (EMD) passam a contar com o Aflibercepte no Sistema Único de Saúde (SUS). Medicamento evita que a doença evolua para cegueira
Uma das principais causas de perda da visão em pessoas com diabetes tipo 1 e 2 é o Edema Macular Diabético (EMD). A doença atinge principalmente pacientes com longo tempo da doença ou que não fazem o devido controle da glicemia (açúcar no sangue). Para tratar a EMD e evitar sua evolução para perda definitiva da visão, o Ministério da Saúde aprovou a oferta do Aflibercepte no Sistema Único de Saúde (SUS). O medicamento é uma injeção que é aplicada no olho para bloquear a proliferação dos vasos sanguíneos da retina, que levam ao agravamento da doença.
A decisão do Ministério da Saúde foi publicada por meio da portaria nº 50, de 5 de novembro de 2019, no Diário Oficial da União (DOU). O medicamento estará disponível à população em 180 dias, a partir da data da publicação da portaria.
O edema macular diabético (EMD) é consequência da retinopatia diabética (RD), e atinge a região da mácula, parte do olho responsável por levar a imagem ao cérebro. Não existe cura para a RD, estando os esforços terapêuticos concentrados nos fatores de risco para o aparecimento e agravamento da doença e no tratamento cirúrgico das lesões com alto risco de evolução para a perda visual.
O Aflibercepte vem para integrar o tratamento já ofertado no SUS para Edema Macular Diabético (EMD). Atualmente já são ofertados no SUS, antiflamatórios, diuréticos, que podem ajudar na redução do inchaço da mácula ocular, corticoides, além de medicamentos para controlar a diabetes. Há ainda a fotocoagulação por raios laser, que é tratamento padrão para retinopatia diabética.
O controle cuidadoso da diabetes com uma dieta adequada, uso de hipoglicemiantes, insulina ou com uma combinação destes tratamentos, que prescritos pelo endocrinologista, são a principal forma de evitar a retinopatia diabética. O número de brasileiros com diagnóstico médico de diabetes cresceu 40% entre 2006 e 2018, passando de 5,5% para 7,7% da população das capitais brasileiras. O aumento é maior entre os homens (54,3%), na faixa etária de 55 a 64 anos (24,6%), de acordo com a Pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel) 2018.
O diabetes, quando não tratado corretamente, pode evoluir para formas mais graves e apresentar diversas complicações, em diferentes membros do corpo. Os olhos são uma das partes que sofrem as consequências quando não há o devido controle da doença. Entre os problemas decorrentes estão o glaucoma, a catarata e a retinopatia diabética, termo genérico que designa todos os problemas de retina causados pelo diabetes, entre eles o edema macular diabético.
No início o edema macular diabético não apresenta sintomas perceptíveis, mas as complicações tornam-se mais sérias com o passar do tempo, podendo ocorrer distorção na visão. Entre os principais sintomas da doença estão a deformidade de imagens, sensibilidade ao contraste, fotofobia, mudança na visualização das cores e alterações no campo de visão. Se não diagnosticado em tempo, o edema macular se desenvolve e a perda dos fluidos da mácula, responsáveis por levar a imagem ao cérebro, podem ser irreversíveis, ocasionando a cegueira.
Se você tem diabetes e está percebendo que sua visão está ficando borrada, especialmente na parte central, procure um médico. É importante, no entanto, que pacientes com diabetes, além de controlarem rigorosamente a taxa de glicose no sangue, façam consultas regulares a um oftalmologista especializado em retina independente de estarem com algum problema na visão, para prevenir ou diagnosticar o problema precocemente.
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Clique aqui e confira a íntegra da Portaria N°50, de 5 de novembro de 2019.