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Segurança cibernética em tempos de coronavírus

BySANTANA

maio 15, 2020
por anrodrigues13

Na visão de Mário Rachid, Diretor Executivo de Soluções Digitais da Embratel, nesse momento em que empresas estão se adaptando para o modelo home office, um dos principais desafios é proteger as conexões e sistemas, mesmo estando à distância, com isso o atual cenário deve influenciar os modelos de trabalho adotados pelas empresas nos próximos anos

Os impactos causados pela pandemia do Coronavírus modificaram por completo a forma como as empresas definem seus modelos de trabalho. De ambientes corporativos seguros, com regras e protocolos de proteção digital, partimos às pressas para um formato Home Office com uma realidade totalmente diferente. O desafio agora é proteger as conexões e sistemas, mesmo estando à distância. Mas como manter operações em funcionamento, sem expor a companhia a grandes riscos, garantindo a transferência da infraestrutura utilizada dentro da organização para os lares para possibilitar a continuidade dos trabalhos?

Apesar das diversas incertezas quanto aos reais efeitos da pandemia sobre os negócios, muitas empresas estão se dando conta da importância de proteger seus dados. Para manter as operações seguras em Home Office, as companhias precisam investir em estruturas de telecomunicações e em sistemas de proteção que sejam capazes de estender para a residência dos colaboradores regras de segurança que antes só estavam disponíveis nos escritórios. Além disso, é preciso aliar a tecnologia com requisitos comportamentais, combinando ferramentas, procedimentos e boas práticas de segurança.

Do ponto de vista tecnológico, soluções de VPN (Rede Virtual Privada), por exemplo, fornecem acesso criptografado ao servidor da organização, possibilitando acessar arquivos e sistemas armazenados ali. A tecnologia cria um túnel seguro na conexão da casa do usuário para a transmissão de dados e acessos às aplicações, seguindo os critérios de gestão já determinados pela empresa. Com a tecnologia, o funcionário recebe um IP da rede interna e passa utilizar os recursos autorizados a ele. Ao mesmo tempo, a VPN possibilita a configuração de ações importantes como o monitoramento de tentativas de invasão cibernética nos dispositivos encontrados na rede e o bloqueio de download de arquivos em Nuvem, evitando a saída de informações importantes do âmbito empresarial.

Para a rápida implementação, considerando a urgência do momento, ofertas de VPN como serviço (VPNaaS) já estão disponíveis no mercado e são uma excelente saída para empresas que não possuem infraestrutura remota de trabalho. Nesse modelo, o acesso aos dados e sistemas é realizado via portal com protocolo de segurança SSL e dupla verificação, sem a necessidade de instalar um agente na máquina de cada usuário.

Soluções de colaboração estão sendo amplamente indicadas por especialistas para levar a segurança cibernética do escritório para a casa. Esse conjunto de ferramentas permite a realização de reuniões remotas com voz, vídeo e compartilhamento de telas, além de prover comunicações unificadas, chats corporativos e uso de ramais virtuais, com controles e gestão inteligentes para a segurança das informações trafegadas. O pacote de funcionalidades torna desnecessário baixar aplicativos diferentes e sem segurança comprovada para comunicação, mitigando o risco de uso de aplicações que deixem a rede vulnerável. Assim como a VPN, ferramentas de colaboração também combinam tecnologias de criptografia e fatores de autenticação, criando âmbitos seguros de comunicação entre o lar do funcionário e o ambiente corporativo.

As opções de tecnologias em favor da segurança cibernética são inúmeras. No entanto, elas precisam ser implementadas e atuar em conjunto com boas práticas para diminuir riscos. Nesse sentido, os colaboradores devem ser orientados a tomarem as medidas preventivas necessárias, como utilizar apenas o e-mail comercial no dispositivo usado para o trabalho, não clicar em links duvidosos ou e-mails de fontes desconhecidas, não compartilhar senhas e utilizar os recursos fornecidos pela companhia da maneira correta.

O período de quarentena por causa do coronavírus exige atenção redobrada também na conduta dos usuários. Isso porque o estresse e a ansiedade têm feito com que muitas pessoas cliquem em links e em informações indevidas, enviadas por hackers para invadir computadores para roubo de dados. Nessas brechas de comportamento, os ciberataques e vazamentos de informações acontecem com mais facilidade e potencial de gerar enormes estragos. Portanto, as empresas devem redobrar suas atenções em relação à segurança cibernética para manter suas operações em andamento sem sobressaltos.

O atual cenário deve influenciar os modelos de trabalho adotados pelas empresas nos próximos anos, que tendem a adotar modelos remotos com maior frequência para redução de custos e continuidade do processo de proteção. Enquanto o Home Office deve se tornar uma realidade cada vez mais presente em nossas vidas, a segurança cibernética deverá seguir como uma das maiores prioridades nas organizações, garantindo a continuidade dos negócios, independentemente do local de trabalho. Ao adotarem as ferramentas adequadas e regras bem definidas, as empresas serão capazes de transformar o Home Office em um modelo efetivamente seguro e muito produtivo. É importante lembrar que o combate ao Covid-19 também depende da tecnologia, pois sem ela ficaremos ainda mais isolados.

*Por Mário Rachid, Diretor Executivo de Soluções Digitais da Embratel

Fonte: Security Report

By SANTANA

Jornalista/ Bacharel em Ciência Política / Sociólogo/ Gestor em Segurança Pública e Policiamento / Pós graduado em Sociologia e Política de Segurança Pública

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