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Brazil's new President Jair Bolsonaro waives as he drives past before his swear-in ceremony, in Brasilia, Brazil January 1, 2019. REUTERS/Ricardo Moraes

Brasília aguarda a posse presidencial no dia 1º de janeiro com os hotéis lotados e ambulantes vendendo camisetas alusivas a Jair Bolsonaro (PSL) e forte esquema de segurança.

Caminhões militares podem ser avistados passando em toda a área central da cidade, e até os tanques blindados conhecidos como “aratus” foram deslocados para um centro comercial na Asa Sul, onde fica a sede da Empresa Brasil de Comunicação (EBC) – eles foram removidos depois de reclamação do atual governador, Rodrigo Rollemberg (PSB).

Na rede hoteleira da capital, a lotação é de 90%, segundo o sindicato patronal dos hotéis, bares e restaurantes da cidade. Nas ruas, há turistas e moradores usando as camisetas que fazem referência ao 38º presidente brasileiro, mas também pichações contrárias ao político do PSL.

Segundo o atual ministro do Gabinete de Segurança Institucional, Sérgio Etchegoyen, são esperadas entre 250 mil e 500 mil pessoas.

“O Brasil está tendo uma belíssima festa, com nível de segurança que merece um presidente ungido por 58 milhões de votos (no 2º turno), com o valor que a festa tem para a nossa democracia, pujante, saudável, que foi capaz de chegar até aqui sem nenhum arranhão. As pessoas que vierem precisam ter certeza de que estará seguro e de que será uma festa.”

Ambulante mostra camisetas em homenagem a Bolsonaro à venda, fazendo sinal de arma
Image captionAmbulante mostra camisetas em homenagem a Bolsonaro à venda; são esperadas centenas de milhares de pessoas na posse

Alguns detalhes sobre a cerimônia de posse ainda não foram divulgados – se o novo presidente se deslocará pela Esplanada dos Ministérios no tradicional Rolls-Royce aberto ou em um carro fechado, por exemplo. No último ensaio para a cerimônia, realizado no domingo, as duas formas foram testadas.

Motivos para precaução

No começo de setembro de 2018, Bolsonaro foi alvo de um atentado a faca quando participava de um ato de campanha na cidade de Juiz de Fora (MG). O ataque fez com que ele passasse mais de 20 dias hospitalizado em São Paulo e deixasse de ir a eventos de campanha até o fim do pleito.

Além disso, há receio de eventuais ataques durante a cerimônia. Na véspera de Natal, um explosivo foi encontrado em um templo católico na cidade de Brazlândia (DF), localizada a apenas 51 km do centro de Brasília.

Militares carregam mísseis antiaéreos portáteis na sede da Caixa Econômica em Brasília
Image captionMilitares chegaram no sábado com mísseis antiaéreos portáteis na sede da Caixa Econômica em Brasília

A Polícia Federal instaurou um inquérito para investigar o caso, e uma operação policial foi deflagrada na manhã da segunda-feira – sete endereços foram revistados, em Brasília, São Paulo e Goiás.

Na tarde de domingo, Etchegoyen disse a jornalistas que o grupo responsável pelo artefato representava “uma ameaça real” à segurança da posse de Bolsonaro.

“Não temos o direito de descartar nenhuma delas (ameaças) ou julgar se esta ou aquela é mais grave ou menos grave. Nós estaremos preparados para fazer frente a qualquer ameaça”, disse ele.

Vista ampla de pista em Brasília com pontos de bloqueio, alguns pedestres e bandeiras em verde e amarelo
Image captionAlguns detalhes sobre a cerimônia ainda são desconhecidos

Como é o esquema de segurança

Pelo menos desde sábado é possível ver homens do Exército e veículos militares espalhados por vários pontos da cidade. Mais de 3,2 mil policiais, bombeiros e militares de várias forças foram mobilizados para trabalhar na segurança do evento – que seguirá o padrão adotado nas posses de presidentes dos Estados Unidos.

Só a Polícia Militar de Brasília terá 2,6 mil agentes em ação.

O esquema de segurança envolve ainda a interdição de vias próximas da Esplanada dos Ministérios, a instalação de bloqueios e pontos de checagem obrigatória para todas as pessoas que forem ao evento e até o uso de drones para monitorar possíveis ameaças.

Cartas em posto de gasolina anuncia 'promoção de boas vindas' a Bolsonaro
Image captionPosto de gasolina faz ‘promoção de boas vindas’ a Bolsonaro

Itens como fogos de artifício, mochilas e até guarda-chuvas serão proibidos durante o evento.

Durante a posse, Brasília estará sob a abrangência de uma zona de exclusão aérea – nenhuma aeronave será permitida num raio de 7 km da Esplanada dos Ministérios.

Qualquer avião ou helicóptero que adentrar esta área poderá ser abatido caso não obedeça às ordens da Força Aérea Brasileira (FAB). Esta é a primeira vez que a FAB recebe autorização para eliminar aeronaves consideradas hostis durante uma posse presidencial.

Militares com mísseis antiaéreos portáteis estarão posicionados em helipontos de prédios próximos a Esplanada, como a sede da Caixa.

Esquemas semelhantes foram adotados no país em eventos como a Copa de 2014 e a Olimpíada de 2016 – embora não com o mesmo rigor.

Para além da área de exclusão aérea, a FAB vai monitorar uma área ainda maior, em um raio de 130 km a partir da Esplanada dos Ministérios, alcançando inclusive trechos do Estado de Goiás.

https://www.bbc.com/portuguese/brasil-46725679 

https://youtu.be/ldyWagHLUl8

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