• dom. dez 22nd, 2024

SANTANA JLM

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Por que namorar alguém da mesma religião é a melhor decisão para quem quer se casar

O relacionamento amoroso entre pessoas de religiões diferentes pode ser desgastante para o casal e ter forte influência na cumplicidade entre os dois

Convivemos o tempo todo com pessoas que não pertencem à mesma religião que nós, seja no trabalho, na faculdade e mesmo entre um grupo de amigos. Apesar das diferenças, o bom nível de relacionamento pode se manter, já que o respeito tende a prevalecer. No entanto, quando se trata do relacionamento de casais de namorados, ou até mesmo casados, essa conciliação fica bem mais complicada. Um relacionamento amoroso entre pessoas de religiões diferentes pode ser desgastante para o casal e ter forte influência na cumplicidade entre os dois.

Para a psicóloga Silvana Leoni Calixto, um cenário em que o casal pertença a diferentes comunidades de fé exige um maior empenho dos dois para manter o relacionamento. Ela explica que, naturalmente, o relacionamento já exige a conciliação entre as diferenças de comportamento provenientes da cultura de cada um, portanto, acrescentar mais a espiritualidade como um fator a ser adaptaptado pode não ser saudável. “Diferenças enriquecem o namoro e o casamento, mas até certo ponto. A questão da espiritualidade é algo profundo demais”, comenta.

Quem professa a fé cristã, por exemplo, tende a ver a vida como uma espécie de missão. Espera-se que o namoro e o casamento não sejam só para benefício dos dois. “Acreditamos que Deus une propósitos. Quando escolhemos alguém para compartilhar a vida, não faz sentido estar com quem não gosta do que é mais importante para nós”, avalia o pastor Tiago Augusto Cardoso, da Igreja Metodista do Bacacheri.

Por isso é importante que, ainda no namoro, esse fator seja levado em conta, para que num futuro casamento não haja o desgaste da relação, ou um dos lados acabe sacrificando a própria fé para ficar com quem ama. “A religião traz consigo uma série de valores que estão impregnados na alma como a bondade, compreensão, perdão, amabilidade, generosidade”, explica o padre Marcos Adelino Cordeiro de Lima, capelão do colégio Bosque Mananciais. Se os valores não forem os mesmos, não haverá um relacionamento duradouro. “ É preciso ser prudente e evitar o ‘tiro no escuro’”, completa o sacerdote.

Durante o namoro as diferenças podem até ser maquiadas, já que o casal tende a mostrar suas qualidades e ocultar suas limitações. Quem tenta namorar alguém de outra religião por um tempo até aceita frequentar uma comunidade de fé diferente para permanecerem mais tempo juntos, mas isso dificilmente se torna um hábito a ser mantido por anos. “No aprofundamento dessa relação, o tempo dedicado por um e outro em sua missão religiosa pode suscitar conflitos”, exemplifica Cardoso.

Casamento misto

Para Lima, as diferenças entre as religiões dentro de um casamento podem se tornar uma “pedra no sapato” do casal, que incomodará e dificultará a vida a dois. “ O casamento, além de ter um compromisso de fidelidade, é uma fusão de duas almas”, diz. Se não houver este “casamento espiritual” não poderá haver de verdade um “casamento corporal”, completa.

Além disso, com o passar do tempo virá a frustração. Porque mesmo que haja o respeito pela fé do outro, a rotina de vida será complicada, especialmente devido à participação de cada um em seus respectivos cultos e também na educação dos filhos.  “Conheço um casal nesta situação e o marido até acompanha a mulher aos domingos na igreja, mas em determinadas situações mais delicadas, em que é preciso compartilhar momentos de fé, eles têm certa dificuldade até na maneira de conversar com Deus”, diz Silvana.

Por outro lado, Cardoso lembra dos vários namoros entre pessoas da mesma religião, que resultaram em casamentos. Salvo os conflitos comuns a qualquer relacionamento, na questão espiritual eles tinham vantagem por terem os mesmos propósitos. “Minha recomendação é que as pessoas procurem alguém que não os abandone na chuva quando as tempestades vierem, mas que lhes ofereça abrigo seguro”, diz.

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By SANTANA

Jornalista/ Bacharel em Ciência Política / Sociólogo/ Gestor em Segurança Pública e Policiamento / Pós graduado em Sociologia e Política de Segurança Pública

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