WASHINGTON DC, 03 Jan. 20 / 12:00 pm (ACI).- Quando tinha 17 anos, Kristi Kollar ficou grávida após um estupro. Depois de lutar contra os problemas econômicos e as críticas dos mais próximos, disse sim à vida da pequena Adeline, que agora é “a luz e o propósito” de sua vida.
Através da plataforma pró-vida ‘Salvar el 1’, Kristi conta que a pessoa que a estuprou era seu amigo. Ele era um “manipulador do qual não conseguia me desfazer. Era o tipo de pessoa que ameaçava se suicidar” e culpava os demais por não o apoiar, conta a jovem mãe.
Ela viveu uma história de horror quando seu amigo a estuprou. Para cometer seu crime, o jovem a agarrou pelo pescoço, atrás de sua caminhonete e começou a asfixiá-la, fazendo com que o seu corpo ficasse totalmente fora de controle.
Kristi estava no último ano do ensino médio, em Montana (Estados Unidos), “e tinha acabado de ser aceita na universidade dos meus sonhos em Nova York”. Um ano antes, ela e o pai ficaram desabrigados devido a um incêndio e enfrentaram a morte de pessoas que amavam.
“Se havia um momento que fosse o tempo ‘errado’ para ficar grávida, era este. Como poderia colocar mais carga sobre meu pai quando já estava enfrentando tanta coisa? O que aconteceria com a universidade?”, perguntava-se Kristi.
A jovem mãe estudava em uma escola cristã particular e fazia parte de várias atividades extracurriculares, onde muitas jovens a admiravam. “Que tipo de exemplo seria para elas?”, perguntava-se.
Esses pensamentos a acompanharam durante os sete meses nos quais ela escondeu a sua gravidez. Mas o aborto nunca foi uma opção, ela sabia que “tinha uma pessoa pequena vivendo em mim. Uma vida”, e nada era sua culpa.
Kristi sempre foi pró-vida e, apesar das dúvidas que tinha sobre sua graduação e seus estudos na universidade, estava certa de que não podia matar um bebê somente porque não fazia parte do plano de vida que ela tinha.
“Lembro-me de ter escrito um ensaio pró-vida (como o fazia todos os anos) quando estava grávida de 20 semanas. Lembro-me de seus pezinhos me chutando e seus soluços enquanto escrevia. De repente, parei e percebi que naquele momento da minha gravidez ainda é legal acabar com a vida. Não podia imaginar sentir uma vida preciosa tão ativa dentro de mim e ainda negar sua legitimidade”, assinala Kristi.
Graças ao seu pequeno porte, foi simples esconder a gravidez; no entanto, três semanas antes de sua formatura, o pastor de sua igreja ligou para o seu pai para contar suas suspeitas.
Ela recorda que seu pai entrou no quarto “e começou a me dizer o quanto me amava e como estava orgulhoso de mim. Então, perguntou-me se eu estava grávida e contei-lhe o que aconteceu. Imediatamente, solicitou uma consulta com o médico e uma reunião com minha escola e a igreja”, comentou.
Na escola, foram amáveis, o médico fez os exames necessários e informou que tudo estava bem com a menina que levava no ventre, apesar de não ter passado por todas as consultas de pré-natal.
No entanto, na igreja não foi igual, receberam-na com confusão e rejeição. A família do agressor também participava na mesma igreja, por isso o pastor resolveu ter uma reunião com todos os envolvidos.
“Ele (o agressor) admitiu o que fez comigo diante de todos. Não fizeram nada. Na verdade, tentaram nos pressionar para que nos casássemos. Ficou claro que queriam esconder tudo para não perturbar a igreja. Quando não concordei, pediram-me para sair”, lamentou.
Lutando contra a depressão e a confusão espiritual, porque essa igreja foi seu lar durante nove anos, em 27 de julho de 2018 nasceu Adeline Marie Kollar.
“No momento em que a vi, toda a dor anterior dos 9 meses desapareceu completamente. Realmente acredito que se eu não tivesse Abby, eu não seria capaz de me curar das agressões. Ela era e é a luz e o propósito da minha vida.
Graças a Deus, Adeline nasceu bem e, com o apoio de seu pai, Kristi conseguiu seguir seu sonho de ir para a faculdade e ter uma vida em Nova York.
Atualmente, Kristi é uma estudante de teatro, mãe solteira e ativista pró-vida. Dirige um grupo de defesa da vida em todas as etapas, desde a concepção até a morte natural. Ela apoia o centro de gravidez e dá palestras em eventos públicos.
“Eu oriento e atendo jovens e posso ajudar em temas mais pessoais, como lidar com assuntos como abuso sexual, prevenção de suicídio e gravidez na adolescência”, comentou.
Kristi tem certeza de que a maternidade não mata sonhos e não se limita à idade: “sempre há apoio, mesmo que não venha da família ou dos mais próximos. Existem centros, assim como outras organizações e voluntários que querem fazer qualquer coisa para ajudar”.
“Não precisa haver circunstâncias perfeitas. O aborto nunca é a melhor opção”, conclui.