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22 parlamentares investigam rompimento da barragem de Fundão.
Dezenove deles receberam dinheiro de mineradoras durante campanha.

Thais PimentelDo G1 MG

Dos 22 deputados estaduais que fazem parte da Comissão Extraordinária de Barragens da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), apenas três não receberam dinheiro de mineradoras em suas campanhas nas eleições de 2014. A comissão foi criada no dia 12 de novembro  para acompanhar as consequências do rompimento da barragem de Fundão em Mariana.

De acordo com o Tribunal Superior Eleitoral, eles receberam, entre doações diretas e indiretas, mais de R$ 1,2 milhão. O deputado Paulo Lamac (PT), suplente na comissão, foi o que mais recebeu:  R$ 567.841,53. Ele foi procurado pelo G1, mas ainda não se posicionou sobre o assunto.

Em segundo lugar aparece o deputado Gustavo Correa (DEM), com R$ 239,986. Ele divulgou nota informando que as doações foram legais e feitas de forma transparente. O deputado, efetivo na comissão,  disse que os trabalhos da comissão “serão realizados com total isenção e lisura”.

Depois vem Wander Borges (PSB), suplente na comissão, com R$ 160.596. Procurado pelo G1, ele ainda não se pronunciou sobre o assunto.

Em quarto lugar aparece o deputado Thiago Cota (PPS), filho do ex-prefeito de Mariana, Celso Cota. Ele recebeu R$ 113.275,72 de mineradoras, de acordo com o TSE. Procurado pelo G1, o deputado, que é efetivo na comissão, também não se posicionou sobre o caso.

Em quinto lugar está a deputada Ione Pinheiro (DEM), suplente na comissão das barragens. Ela recebeu R$ 82.779,50. A deputada ainda não se manifestou sobre o caso. Em seguida está João Vitor Xavier(PSDB) , com R$ 80.584 em doações. “Eu não recebi doação de mineradora”, disse. O parlamentar alegou que o dinheiro veio de uma parceria com um deputado federal . “É uma questão contábil que já está sendo discutida. A campanha era conjunta e, portanto, quando ele declarou suas doações elas também aparecem na minha prestação de contas”, completou. Ele ainda disse que mesmo sendo suplente, não participou de nenhuma reunião da comissão por achar que ela “não é legítima para atuar no caso”.

A próxima é a deputada Marília Campos (PT), também suplente. Ela recebeu R$ 80 mil. A deputada confirmou o valor recebido e colocou a prestação de contas à disposição. Em oitavo aparece o deputado Gustavo Valadares (PSDB), efetivo na comissão, com R$ 60.753. Ele informou em nota que as doações foram feitas legalmente.

Depois vem o deputado João Magalhães (PMDB), vice-presidente da comissão. De acordo com o TSE, ele recebeu R$ 50 mil. Porém, o gabinete do deputado afirmou “que desconhece o assunto”. Em seguida está Gil Pereira (PP), também efetivo. A campanha dele recebeu R$ 17.695. Ele não foi encontrado para falar sobre o assunto.

Em décimo primeiro aparece Agostinho Patrus Filho (PV), líder do Partido Verde no estado e presidente da comissão. Segundo o TSE, as mineradoras doaram R$ 5.105,90. De acordo com a assessoria de imprensa, não houve depósito em conta já que a doação foi indireta. Ainda segundo a assessoria, “não há como ter controle de doador originário”.

Na sequência está Jean Freire (PT), com  R$ 2.910,62. “Descobri que recebi dinheiro de mineradora na semana passada. Foi o partido que recebeu. A gente faz dobradinha com candidato e eles fazem propaganda e colocam a nossa imagem. Eu acho um absurdo doações privadas, ainda mais de mineradora”, disse.

Na 13ª posição está o deputado Tito Torres (PSDB), com R$ 1.638. “Foi realmente valor estimado de campanha. Tem relação com materiais que foram enviados em conjunto, colocado na prestação de contas. Não recebi dinheiro de mineradora”, explicou o parlamentar. 

O próximo é o deputado José Bonifácio Mourão (PSDB), efetivo na comissão. Ele recebeu R$ 1.015,75 de uma mineradora. “Não recebi nada em dinheiro, foi através de publicidade de outros candidatos”, disse. “Eu que gastei R$ 800 mil em minha campanha, acha que essa quantia vai me influenciar alguma coisa?”, brincou ao falar sobre o andamento dos trabalhos na comissão extraordinária.

Depois aparece Rogério Correa (PT), com R$ 1.005. Ele não foi encontrado pela reportagem. Na sequência está  Rosangela Reis (PROS). A campanha dela recebeu R$ 973,50, segundo o TSE. “Eu não recebi, não conheço, fiz a minha campanha com grupos políticos. Não conheço mineradora. Material foi repassado pela campanha de um candidato a deputado federal. É material, não é dinheiro”, explicou.

Lama em Mariana (Foto: Reprodução/TV Globo)

Lama em Mariana (Foto: Reprodução/TV Globo)

Em décimo sétimo está o deputado Cássio Soares (PSD), efetivo na comissão com R$ 518. “Eu não recebi este valor em doações diretas. Foi material de campanha de outros candidatos. Isso jamais me influenciaria na comissão porque são valores muito ínfimos. Mesmo se fosse valores consideráveis, não interfeririam no meu trabalho”.

Em seguida está Celise Laviola (PMDB), efetiva na comissão. Ela recebeu R$ 165. Procurada pelo G1, ainda não se manifestou sobre o assunto.

Com R$ 7,31, aparece Celinho Sitrocell (PC do B), também efetivo. A assessora de imprensa informou que a situação das contas será apurada.

De acordo com a ALMG, à princípio seria instaurada uma CPI, mas, segundo a casa, a comissão extraordinária foi a opção escolhida pelos parlamentares por que ela não entra em recesso em janeiro.

http://g1.globo.com/minas-gerais/noticia/2015/11/mineradoras-pagaram-de-r-7-r-560-mil-deputados-de-comissao.html

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