Em meio à pandemia do novo coronavírus, uma controversa resolução da Secretaria de Segurança Pública de São Paulo determina que:
“Qualquer cadáver, independentemente da causa da morte ou da confirmação de exames laboratoriais, deve ser considerado um portador potencial de infecção por Covid-19.”
O texto foi publicado nesta sexta-feira (27) no Diário Oficial do Estado, mas foi assinado no última dia 20 de março. Confira a íntegra.
Para especialista da área ouvido pelo site O Antagonista, essa determinação pode abrir brecha para inflar registros de “vítimas do Covid-19”.
A norma ainda estabelece:
“Todo cadáver, com suspeita ou não de infecção pelo Covid-19 (novo Coronavírus), em ambientes extra ou intra-hospitalar, sem nenhum indício ou suspeita de crime, ficará sob responsabilidade do Serviço de Verificação de Óbitos do Município (SVOM).”
O governo João Doria afirma que as regras são para “resguardar a saúde dos servidores da perícias criminal oficial, quanto para reduzir as possibilidades de contágio e disseminação da doença”.
De acordo com o jornal Folha de S.Paulo, os médicos que atuam nas dez ambulâncias de Suporte Avançado de Vida (SAV) do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e os do Grupo de Resgate e Atenção às Urgências e Emergências (Grau) da capital paulista passarão a atestar mortes naturais, indefinidas e causadas pela Covid-19 ocorridas fora dos hospitais.
“Os profissionais do Samu foram avisados sobre a nova função em reuniões ocorridas nesta semana com a coordenação do serviço, mas ainda não há uma data para iniciarem o trabalho”, diz o jornal. A Folha alega ter tido acesso ao conteúdo discutido nos encontros.