Espaço Cultural ‘Exército brasileiro, presença na Amazônia’ funcionará dentro do zoológico do CIGS, em Manaus. General doou o acervo pessoal para ser exposto no espaço cultural
Álvaro Corado
O choro emocionado de um dos maiores nomes das Forças Armadas do Brasil da atualidade, o general Villas Bôas, marcou a inauguração, nesta sexta-feira (01), em Manaus, do Espaço Cultural ‘Exército brasileiro, presença na Amazônia’, dedicado a registrar a história da ocupação militar na região.
O local funcionará dentro do zoológico do Centro de Instrução de Guerra na Selva (CIGS), unidade militar especializada em preparar e conduzir o combate dentro da floresta.
O comandante da unidade, Coronel Bayner, lembrou em seu discurso que o general foi o primeiro ‘guerreiro de selva’ a chegar ao mais alto posto “Homenageia-se de forma singela, tal como coisa de soldado, porém marcada com profundo sentimento de gratidão, por todo trabalho, amor e carinho em prol da região, o General Villas Bôas, o primeiro guerreiro de selva a comandar o Exército de Caxias”.
Além de muito celebrado pelos seus pares durante a solenidade, Villas Bôas, que comandou o exército nos últimos cinco anos, até janeiro de 2019, doou o acervo pessoal para ser exposto no espaço cultural.
Falando com certa dificuldade, por conta da doença que vem tirando sua capacidade motora, em um curto discurso ele brincou com os colegas de farda e agradeceu a homenagem. “É muito bom tirar fotos com os amigos, com as velhas onças, com as onças velhas (risos) e quero agradecer esta oportunidade. Desculpem a emoção”, finalizou sob aplauso.
Villas Bôas possui, em sua trajetória militar, uma íntima relação com a Região Amazônica. Quando ainda Coronel comandou o 1º BIS, e anos mais tarde retornou como Comandante Militar da Amazônia, posto que deixou para comandar mais de 200 mil homens que formam o Exército Brasileiro.
Já como comandante, teve papel importante na manutenção do equilíbrio democrático durantes as consistentes manifestações que tomaram as ruas do Brasil contra a corrupção, em 2016. Naquele momento o governo estava prestes a decretar o estado de defesa e, com isso, lançaria o Exército contra os manifestantes. Villas Bôas recusou enfaticamente a ideia.
No local também é feita uma homenagem às personalidades que efetivaram a conquista, manutenção e que contribuíram para o desenvolvimento e defesa da Amazônia. Com estes objetivos destaca-se parte do espaço para os Comandos Militares de Área da Amazônia e do Norte, com enfoque para os fortes, comandos, unidades e pelotões.
O general de Exército Nardi, comandante militar da Amazônia, e o general de Exército Pedroso, antigo comandante militar da Amazônia, também estiveram presentes.