Alerta de “ameaça radiológica iminente” foi enviado por uma empresa francesa
- Monique Mello
O governo dos Estados Unidos está avaliando relatos de um vazamento em uma usina nuclear chinesa, após alertas de uma “ameaça radiológica iminente” por uma empresa francesa que ajuda a operá-la.
De acordo com a CNN americana, a Framatome, empresa francesa de engenharia de construção, enviou uma carta ao Departamento de Energia dos EUA avisando que a autoridade de segurança chinesa estava aumentando os limites aceitáveis para detecção de radiação fora da Usina Nuclear de Taishan, na província chinesa de Guangdong.
A carta contém o aviso de que o reator nuclear está vazando gás de fissão, acrescentando que a autoridade de segurança chinesa aumentou os “limites de dose fora do local” do regulador.
De acordo com fontes, o governo Biden acredita que a usina ainda não está em um “nível de crise”.
O Conselho de Segurança Nacional (NSC) realizou várias reuniões na última semana para monitorar a situação, de acordo com o relatório. O governo dos EUA discutiu a situação com o governo francês e também com especialistas do Departamento de Energia dos EUA.
Os EUA também entraram em contato com o governo chinês sobre o assunto, mas a extensão desse contato não é clara. Se houver algum risco para o público chinês, os EUA serão obrigados a torná-lo conhecido, de acordo com os tratados atuais relacionados a acidentes nucleares.
A Framatome entrou em contato com os EUA para obter uma isenção que permitiria que eles compartilhassem a assistência técnica americana para resolver o problema. A dispensa só pode ser concedida por dois motivos, um dos quais é uma “ameaça radiológica iminente”.
Cheryl Rofer, uma cientista nuclear que se aposentou do Laboratório Nacional de Los Alamos em 2001, disse à CNN que a carta da empresa francesa “não foi surpreendente”, pois “esse tipo de coisa não é extraordinária, especialmente se eles pensam que o país que estão contatando tem alguma habilidade especial para ajudar”.
Rofer alertou que um vazamento de gás indicava que parte da contenção da usina está rompida, o que pode significar que alguns dos elementos do combustível podem estar rompidos, o que “seria um problema mais sério”.
A carta foi enviada em um momento em que os líderes do G7 acabaram de se reunir no Reino Unido, neste fim de semana. Embora a China tenha sido assunto de pauta, não se sabe ainda se o tópico dos vazamentos foi discutido.