Por Marcello Corrêa e Eliane Oliveira do O Globo
BRASÍLIA – O secretário de Comércio dos EUA, Wilbur Ross, assinou nesta quinta-feira um memorando de entendimento para facilitar negócios e investimentos em projetos de infraestrutura feitos por americanos no país. A parceria foi formalizada após Ross se encontrar com o ministro de Infraestrutura, Tarcício Freitas. Ao assinar o documento, o secretário elogiou os planos do governo brasileiro.
O acordo é o primeiro resultado concreto da visita de Ross ao Brasil. Na quarta-feria, após reunião com Ross, o ministro da economia afirmou que as negociações entre Brasil e EUA para um acordo de livre comércio haviam começado oficialmente .
— Hoje mais cedo me reuni com o ministro de Infraestrutura. Estou muito impressionado com o nível de detalhes do seu planejamento e com o fato de que ele tem planos de muito curto prazo vindo por aí. Este é um governo que está realmente começando a se mexer. Essa é uma consideração muito importante para aqueles que estão um pouco nervosos em investir. Estou menos nervoso aqui do que em outros lugares — disse o secretário, durante um evento do setor em Brasília.
O acordo foi fechado entre a Opic, agência americana voltada para financiamento de projetos fora dos EUA, e o Programa de Parcerias e Investimentos (PPI) pelo brasileiro. Hoje, a Opic tem cerca de US$ 60 bilhões para investimentos em paíse emergentes. Em seu discurso, Ross afirmou que os EUA querem ser protagonistas no desenvolvimento da infraestrutura na América Latina.
— Os Estados Unidos querem ser o parceiro preferencial para projetos na América Latina porque nossas empresas oferecem a expertise, a inovação, integridade e valor demandado para a infraestrutura crucial e oportunidades destacadas aqui — disse Ross.
A secretária de coordenação de obras estratégicas do PPI, Verônica Sanchez, destacou que a parceria com americanos vai ajudar a preencher um gap de infraestrutura no país e na região.
— Temos um gap, e esse gap precisa ser preenchido pelas parcerias com empresas privadas, não só empresas brasileiras, mas do mundo todo. Queremos muito o apoio e a participação de empresas americanas no país — destacou.
Pelo memorando, as duas partes do acordo vão estabelecer uma agenda para definir uma carteira de projetos de infraestrutura para serem desenvolvidos.