O tenente venezuelano Andrés Rosales resolveu se entregar na Colômbia no dia 27 de fevereiro e se somar aos outros militares que desertaram, apoiando o presidente interino Juan Guaidó e se colocando em oposição a Nicolás Maduro.
Ao ser amparado por seus compatriotas que também abandonaram o país, Velez declarou o motivo que o fez deixar a Venezuela. “Eu não podia mais atacar o povo. Nós vemos o que está acontecendo, eu não podia mais fazer isso”, disse ele.
Naquele mesmo dia, mais de uma dezena de militares cruzaram a fronteira e se juntaram a outros 400 que já haviam desertados desde 23 de fevereiro, se entregando aos soldados colombianos.
A revista Veja conseguiu também o depoimento do major Hugo Parra Martinez que também desertou. Ele afirmou que não havia mais comida para as tropas. “Eu já pensava em desertar há mais de um ano, quando as coisas passaram a ser absolutamente insustentáveis”, disse ele que serviu ao Exército venezuelano por 21 anos.
Martinez revelou que ganhava menos de 15 dólares – entre salário e benefícios – e que o valor não era suficiente para sustentar sua família. “Eu não conseguia nem mesmo alimentar meus filhos, não conseguia comprar carne para a minha mãe”, completou.
Vários dos militares desertados estão amontoados em um pequeno templo da Igreja Católica Apostólica Brasileira em Cúcuta.