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Economia americana soma 121 meses de expansão desde a recessão de 2008, mas a recuperação é mais lenta e desigual do que em ciclos anteriores

A expansão econômica nos Estados Unidos está completando seu décimo aniversário e, em julho, superará o recorde anterior de 120 meses seguidos de crescimento. O grande período de expansão anterior ocorreu durante a presidência de Bill Clinton até a crise das empresas pontocom, em 2001. Os frutos da recuperação atual são evidentes: a taxa de desemprego é a mais baixa em meio século, os salários aumentam, a moradia vale mais do que antes da Grande Recessão, a inflação é baixa e a confiança se mantém sólida. Os nomes de Barack Obama e Donald Trump ficarão assim unidos para sempre na história econômica. Mas este período de recuperação, o mais longo da história dos EUA, caracteriza-se também por ser mais lento e desigual que em ciclos anteriores.

O Escritório de Pesquisa Econômica dos EUA registrou 33 ciclos de crescimento desde 1854. Esses períodos de expansão duraram entre 10 e 120 meses. Só em duas ocasiões eles superaram os 100 meses seguidos. Alan Blinder, economista da Universidade de Princeton, assinala que as expansões não morrem devido à idade, mas porque algo acaba com elas. Os especialistas costumam apontar o Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) como o principal culpado do fim dos ciclos, por seu empenho em combater a inflação.

Mas o fim dos períodos de bonança também costuma ser atribuído a uma espiral de aumento do preço do petróleo ou a um colapso de Wall Street, embora neste último caso o estresse nos mercados financeiros tenda a ocorrer paralelamente a outras calamidades. Mas o principal fator desencadeante de uma crise costuma ser a queda do consumo e a perda de confiança.

O presidente do Fed, Jerome Powell, descarta uma recessão iminente, mas tem se mostrado cauteloso diante das nuvens de tempestade desencadeadas por Trump com seu desafio comercial a China.

Há uma década, em plena crise financeira, a única coisa em que se pensava em Washington era como evitar que o terremoto que se seguiu à queda do Lehman Brothers arrastasse toda a economia para o precipício. Quase nove milhões de pessoas perderam seu trabalho e o desemprego chegou a 10%, algo quase sem precedentes nos EUA, um país com taxas de desemprego historicamente baixas. Desde os primeiros anos de Ronald Reagan, no início dos anos 1980, não se via um nível de desemprego semelhante. Uma década depois, no entanto, a situação mudou radicalmente.

Pleno emprego

É no mercado de trabalho que se observam os maiores progressos. O setor privado criou mais de 21 milhões de postos de trabalho durante a recuperação, depois de encadear 110 meses consecutivos de contratação. Hoje a ocupação é 9% mais alta do que antes da recessão. O desemprego caiu para 3,6% em abril e há três anos o país vive uma situação de pleno emprego. O grande problema que as empresas enfrentam agora é conseguir a mão de obra qualificada de que necessitam para cobrir 7,5 milhões de vagas.

Esse é outro exemplo dos grandes progressos alcançados desde a Grande Recessão. Quando Obama chegou à Casa Branca, 700.000 empregos eram destruídos por mês. A perda de emprego foi drasticamente reduzida graças aos programas de estímulo fiscal que foram ativados e à ação agressiva do Fed. A maior parte da recuperação ocorreu sob a presidência de Obama, e a melhora continua com Trump.

https://brasil.elpais.com/brasil/2019/06/15/economia/1560602434_147668.html?fbclid=IwAR18ertBUVBZtT9_zwSypAltpfYmUqXXjaMb-1sjLWuG_fGjjAVlYx_wksU

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