Nísia Trindade, presidente da Fundação Oswaldo Cruz, destacou o papel da rede pública de saúde em levar “esperança” para os brasileiros durante a crise
- SAÚDE
- Ricardo Pedro Cruz, do R7
Nísia Trindade, presidente da Fundação Oswaldo Cruz, afirmou nesta quarta-feira (1º) que a vacina contra a covid-19 desenvolvida pela Universidade de Oxford, na Inglaterra, é a que está em “estágio mais avançado” em todo o mundo.
A diretora da instituição participou da Comissão externa de enfrentamento à covid-19, da Câmara dos Deputados, que debateu, entre outras coisas, o acordo que prevê a transferência de tecnologia de formulação, o envase e o controle de qualidade do imunizante.
“Sabemos da existência de outras vacinas, mas sabemos também do grande desenvolvimento, do grande avanço da vacina de Oxford. Essa parceria teve como base a ideia do avanço da vacina, que está em um estágio mais avançado. E aqui eu reforço as palavras da diretora científica da OMS, quando afirmou que essa vacina da Universidade de Oxford é a que estaria em estágio mais avançado”, defendeu.
A diretora da Fiocruz também destacou a importância da ciência e da rede pública de saúde no enfrentamento à pandemia. De acordo com Nísia Trindade, a corrida por uma substância eficaz contra o novo coronavírus.
“Uma esperança que vem da ciência. Uma esperança que também vem do SUS (Sistema Único de Saúde), que dá as condições para que essa vacina tanto seja produzida no País, porque a Fiocruz é parte do Sistema Único de Saúde como instituição de ciência e tecnologia, vinculada ao Ministério da Saúde”, completou.
Parceria internacional
Se comprovada a eficácia, após os resultados dos testes clínicos em andamento, a instituição brasileira, por meio da unidade de Bio-Manguinhos, será responsável pela produção de até 100 milhões de doses, segundo a diretora da Fiocruz. O acordo de transferência de tecnologia, que é composto por duas etapas, foi anunciado por técnicos do Ministério da Saúde no sábado (27).
Na fase inicial do acordo, de risco assumido, serão 30,4 milhões de doses
Reuters/Agência Brasil
De acordo com a pasta, o compromisso começa com uma encomenda em que o Brasil assume também os riscos da pesquisa. Ou seja, será paga pela tecnologia mesmo não tendo os resultados dos ensaios clínicos finais —que conta com testes inclusive no Brasil. Em uma segunda etapa, caso a vacina se mostre eficaz e segura, será ampliada a compra.
Nessa fase inicial, de risco assumido, serão 30,4 milhões de doses da vacina, no valor total de U$ 127 milhões, incluídos os custos de transferência da tecnologia e do processo produtivo da Fiocruz, estimados em U$ 30 milhões. Os dois lotes a serem disponibilizados à Fiocruz, de 15,2 milhões de doses cada, deverão ser entregues em dezembro de 2020 e janeiro de 2021.