O sétimo vídeo da série de denúncias contra a Planned Parenthood (PPFA), divulgado na semana passada, é, sem dúvidas, o mais perturbador de toda a série. O vídeo traz o relato surpreendente de uma ex-funcionária ligada à PPFA, que descreve a coleta do cérebro intacto de uma criança do sexo masculino, que tinha sido abortada tardiamente e cujo coração ainda estava batendo depois do aborto.
Trata-se do terceiro episódio do documentárioHuman Capital [“Capital Humano”]. A produção, realizada por The Center for Medical Progress (CMP), reúne entrevistas com especialistas, relatos de testemunhas oculares e gravações de câmeras escondidas para explorar diferentes facetas do tráfico de tecidos de fetos abortados mantido por Planned Parenthood. A série tem focado o testemunho pessoal de Holly O’Donnell, ex-técnica para coleta de sangue e tecidos da empresa Stem Express, uma organização de biotecnologia que, até duas semanas atrás, estava associada a duas grandes afiliadas da PPFA no norte dos Estados Unidos. A companhia trabalha para obter partes de fetos abortados e revendê-los para a realização de experimentos científicos.
O’Donnell narra a coleta de órgãos – ou “ceifa”, melhor dizendo – de um feto abortado tardiamente e com todo o corpo praticamente intacto. Tudo aconteceu em uma clínica da PPFA em San José, na Califórnia. “‘Ei, você quer ver uma coisa bem legal?'”, disse a sua supervisora. “Então, ela tocou o coração e ele começou a bater. E eu, sentada e olhando para aquele feto, com o seu coração batendo, não sabia o que pensar”, conta.
A clínica de San José realiza abortos até 20 semanas de gravidez. Em relação às batidas do coração do feto abortado – diz O’Donnell –, “eu não sei se isso constitui uma morte técnica, ou se o bebê ainda está vivo”.
O’Donnell também conta como a sua supervisora a instruiu a cortar transversalmente o rosto do feto a fim de colher o seu cérebro. “Ela me deu a tesoura e disse que eu tinha que cortar até embaixo no meio do rosto. Eu não consigo sequer descrever como é isso”, ela diz.
O vídeo também contém declarações do dr. Ben Van Handel, diretor executivo da Novogenix Laboratories – companhia de coleta de órgãos de Los Angeles –, e de Perrin Larton, gerente da ABR – a mais antiga companhia de coleta e parceira de várias filiais da PPFA. Van Handel admite que “há vezes, depois que o procedimento é feito, em que o coração realmente ainda está batendo” e Larton descreve ter visto abortos onde “o feto já estava no canal vaginal quando colocamos a paciente nos estribos, e ele simplesmente caía”.
“Então, ela tocou o coração e ele começou a bater. E eu, sentada e olhando para aquele feto, com o seu coração batendo, não sabia o que pensar”
David Daleiden, o autor das denúncias feitas por CMP, condena o “absoluto barbarismo da prática do aborto e do comércio de partes de bebês mantido por Planned Parenthood, no qual fetos saem algumas vezes intactos e vivos”. “Planned Parenthood é uma organização criminosa de alto a baixo – ele diz – e deve ser imediatamente privada do financiamento dos contribuintes e processada por suas atrocidades contra a humanidade”.
Embora o aborto seja liberado nos Estados Unidos desde a fatídica decisão Roe versus Wade, em 1973, as recentes denúncias da venda e manipulação de fetos abortados pela PPFA têm acendido um alarme em várias partes do país.Cinco estados norte-americanos já desfizeram qualquer ligação com a Planned Parenthood. No último fim de semana, um protesto nacional contra a organização foi convocado em mais de 350 cidades do país. Milhares de cidadãos e famílias inteiras se reuniram em frente a clínicas de aborto para dizer “não” ao aborto e ao tráfico de partes de bebês abortados mantido por Planned Parenthood.
Trata-se do importante despertar de uma nação para a crueldade do “holocausto silencioso” que acontece em seu território. De fato, estima-se que, desde a decisão judicial que legalizou o aborto nos EUA, mais de 55 milhões de abortos foram realizados no país. Esse número – absolutamente incomparável a qualquer outro evento da história dos Estados Unidos e absurdamente superior a qualquer genocídio em massa provocado no século XX – mostra com que ódio e violência a sociedade moderna tem tratado os seus membros mais frágeis: tortura, pena capital e lata de lixo. Nunca a vida humana valeu tão pouco.