Resultado 51,4% maior do Banco do Brasil no ano foi fruto do crescimento das margens e da forte queda do custo de crédito na pandemia 14/02/2022 Redação
O Banco do Brasil encerrou o quarto trimestre de 2021 com lucro líquido ajustado de R$ 5,930 bilhões, alta de 60,5% em relação ao mesmo período de 2020, e de 15,4% na comparação com o trimestre imediatamente anterior. No ano de 2021, o resultado do banco foi de R$ 21,021 bilhões, alta de 51,4% na comparação com 2020 e recorde histórico para a instituição.
O resultado foi fruto do crescimento das margens do banco no comparativo anual, mas também da forte queda do custo de crédito na comparação com 2020, ano em que, diante da chegada da pandemia da covid-19 ao País, o BB gastou R$ 21,9 bilhões com provisões contra calotes, 40% a mais que no ano passado.
No quarto trimestre do ano passado, a margem financeira bruta do BB foi de R$ 14,801 bilhões, alta de 4,5% no intervalo anual, mas uma queda de 5,4% no trimestral. A margem líquida foi de R$ 11,010 bilhões, avanço de 22,2% em um ano.
A margem do BB com mercado, que responde pelo resultado da tesouraria, foi de R$ 4,554 bilhões, avanço de 69,1% em 12 meses, mas uma queda de 12,6% em três meses.
Carteira de crédito do Banco do Brasil cresce 17,8%
A carteira de crédito do banco público foi a R$ 874,9 bilhões, crescimento de 17,8% no comparativo anual, e de 7,4% no trimestral. O maior crescimento veio da carteira destinada ao agronegócio, que avançou 29,4% no comparativo anual e 9,9% no trimestral, para R$ 248,023 bilhões. O BB é líder no segmento.
O retorno sobre o patrimônio líquido (ROE, na sigla em inglês) do Banco do Brasil, chamado pela instituição de RPSL, foi de 16,3% no trimestre, ante os 10,8% do quarto trimestre de 2020 e os 14,3% do terceiro trimestre do ano passado. No ano de 2021, avançou 3,8 pontos porcentuais, para 15,8%.
O presidente do BB, Fausto Ribeiro, afirmou em nota que o lucro recorde do banco no ano passado aproximou sua rentabilidade dos pares privados, uma antiga cobrança do mercado. “O resultado que entregamos concilia retorno e solidez. É uma demonstração de nosso compromisso com todos os acionistas”, disse ele.
Segundo Ribeiro, o crescimento da carteira agro é resultado da busca do banco por receitas em toda a cadeia produtiva do setor. “Somos o banco do agronegócio pelo relacionamento histórico com o produtor rural. Essa proximidade faz com que tenhamos produtos e serviços extremamente competitivos para o setor”, comentou.
O executivo disse ainda que o investimento do banco nas soluções digitais foi relevante para a melhoria da eficiência operacional e da experiência dos clientes.
Os ativos do banco somaram R$ 1,932 trilhão em dezembro do ano passado, um acréscimo de 12% em relação ao mesmo período de 2020, mas uma queda de 2,2% ante setembro de 2021. O patrimônio líquido cresceu 14,1% em um ano, para R$ 144,857 bilhões.
Inadimplência cai
A taxa de inadimplência do Banco do Brasil fechou 2021 em 1,75%, considerando os atrasos acima de 90 dias. O número ficou menor que o do final de terceiro trimestre (1,82%) e o de dezembro de 2020 (1,90%). Mesmo assim, o banco segue cauteloso com eventuais calotes e seu índice de cobertura fechou o ano em 325%, ligeiramente abaixo dos 323% de setembro – ou seja, para cada R$ 1 que empresa, o banco público guarda R$ 3,25.
Já as provisões para devedores duvidosos caíram, somando R$ 3,790 bilhões no quarto trimestre. Em relação ao terceiro período de 2021, houve queda de 3,4% e, em 12 meses, recuo de 26%. Em 2021, as provisões do BB somaram R$ 13,108 bilhões, baixa de 40,2% em relação ao ano anterior.
O índice de Basileia, que mede a capitalização para fazer face ao risco de crédito, fechou 2021 em 17,76%, abaixo dos 21,14% de dezembro de 2020. Apesar da queda, o índice segue acima dos mínimos regulatórios exigidos pelo Banco Central de um banco do porte do BB, na casa dos 11%. (AE)
https://oespecialista.com.br/banco-do-brasil-lucro-recorde-2021/