Henrique Nogueira
Trabalho com armas há 34 anos, sou perito da Comarca de Montenegro (RS), atirador, trabalhei vários anos na engenharia da Amadeo Rossi. Também sou autor do livro “O Direito de Ter e Portar Armas”. O termo “bala” é absolutamente correto. Esse termo foi criado pelos ingleses porque, quando se carregavam as armas ainda pela boca do cano com esferas de chumbo, usava-se um pedaço de seda para vedar a junção cano/chumbo. Acontece, que a seda era cara, e os mais pobres não dispunham dela! Sendo assim, passaram a usar papel encerado para esse fim. Porém, para tornar mais rápido o carregamento, alguns passaram a embrulhar a esfera de chumbo com esse papel, torcendo a ponta. Desse modo, a esfera de chumbo ficou parecida com o doce e, de lá para cá, assim foi batizada. Daí o porquê da expressão ser bala tanto em português como no original em inglês = bullet. No meio militar, não gostam de dizer bala, mas sim projétil, que nada mais é do que uma variação de outra palavra inglesa = “projectil” ou seja; “projetado”, já que realmente é o naco de chumbo que é projetado cano afora após o disparo. É muito comum na engenharia mecânica, denominar algo com nome de outra coisa com a qual se pareça. Exemplos: os CARTUCHOS de tinta da impressora, o CACHIMBO da bicicleta, os GARFOS da moto, a MESA do carregador, onde se posta a munição que ALIMENTA a arma ou ainda o FERROLHO do fuzil, pois sua operação lembrava o movimento de aferrolhar as portas de casa à noite. Tão correto é o termo “bala” que, se tu estudar no Instituto de Perícias Criminais, no setor de armas e munição, tu vais te formar em BALÍSTICA Forense e não Projetística Forense. Por fim; um policial que entra no Hospital com um colega ferido, grita para os médicos: “Socorro, meu colega foi baleado!” e nunca “…socorro, meu colega foi projetado” !! Espero ter ajudado. Grande abraço!
Henrique Nogueira (Perito).
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