Autoridades palestinas se uniram para criticar (de forma explícita) o anúncio do presidente Jair Bolsonaro sobre a criação de um escritório brasileiro de negócios em Jerusalém.
“É uma medida provocadora, que é ilegal diante do direito internacional e ainda ajuda a desestabilizar a região”,
Os Territórios Palestinos possuem diversos conflitos internos entre o Fatah (partido do presidente Mahmoud Abbas) e o Hamas, grupo político-militar terrorista que governa a Faixa de Gaza.
O porta-voz do Hamas, Sami Abu Zuhri, elevou o tom da conversa e pediu publicamente que o líder do Brasil não leve adiante esse projeto:
“Rejeitamos a decisão do presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, e pedimos que ele abandone sua decisão” diz a nota publicada em rede social.
O Hamas (Movimento da Resistência Islâmica) é um dos grupos mais extremistas na luta contra a existência do Estado de Israel, criado após o fim da Segunda Guerra Mundial para abrigar os judeus.
O grupo passou a ser classificado como terrorista pela União Europeia, EUA e Israel depois de agosto de 2003, quando atacou Jerusalém matando centenas de civis israelenses.
O PT e o Hamas
Em 2010, o então presidente Lula assinou um decreto doando R$ 25 milhões em apoio à economia palestina para a reconstrução da Faixa Gaza, controlada pelo grupo Hamas.
Antes de continuar, só uma curiosidade:
Em maio de 2011, o então líder do Hamas Ismail Haniya condenou a operação norte-americana que matou Osama bin Laden, responsável pelos Ataques de 11 de setembro de 2001, denominando Bin-Laden de “guerreiro sagrado”, e a operação como um assassinato.
Voltando ao decreto de Lula:
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:Art. 1o Fica o Poder Executivo autorizado a doar recursos à Autoridade Nacional Palestina, em apoio à economia palestina para a reconstrução de Gaza, no valor de até R$ 25.000.000,00 (vinte e cinco milhões de reais).
Parágrafo único. A doação será efetivada mediante termo firmado pelo Poder Executivo, por intermédio do Ministério das Relações Exteriores, e correrá à conta de dotações orçamentárias daquela Pasta.
Pois bem, o que fez a grande mídia do país (a mesma que apoiou o PT) nas últimas eleições?
Começou a espalhar pela internet que a doação de Lula ao Hamas era ‘fake news’ … mas o texto (decreto) ainda está disponível no site oficial do governo. (link)
E tem mais …
Em 2010, o então Ministro de Relações Exteriores de Lula, admitiu que o governo teve contato com os militantes palestinos do Hamas:
“O chanceler Celso Amorim admitiu que o Brasil estaria disposto a estabelecer um diálogo com o grupo Hamas, alvo de um boicote dos países ocidentais, e quer ajudar a monitorar um eventual relançamento do processo de paz no Oriente Médio. Amorim recebeu ontem um duro recado do governo da Autoridade Palestina: uma aproximação ao Hamas poderia dar a impressão ao grupo terrorista de estar ganhando legitimidade internacional.”