O Brasil tem 98% das reservas mundiais desse estratégico mineral. É uma imensa fortuna, maior que do petróleo, do ouro e outros minerais. O Canadá, com cerca de 1,5% das reservas mundiais, propicia, com o produto da exploração do nióbio, saúde e educação inteiramente gratuitas, além de muitos outros benefícios. No Brasil, se o nióbio (Nb) fosse explorado e comercializado honestamente, em benefício do povo e não de alguns ricaços daqui e do exterior, não precisaríamos pagar plano de saúde nem escola para os filhos e outros serviços. Calcula-se o valor das reservas brasileiras em dezenas de trilhões de reais.
No início dos anos 80, o geólogo Fred Cruz, hoje consultor jurídico do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), protagonizou uma série de reportagens nos jornais de Manaus que descreviam, de um lado, a pujança das riquezas mineralógicas do Alto Rio Negro, sobretudo São Gabriel da Cachoeira, e de outro, o contrabando de ouro que já àquela época escandalizava o Estado.
Três décadas depois, a polêmica sobre essas extraordinárias províncias minerais se reacendeu durante recente reunião do Parlamento Amazônico, presidida pelo deputado estadual Sinésio Campos (PT) na Assembleia Legislativa do Pará, na cidade de Belém.
Na reunião, em que se debateu também uma nova rota comercial formada por rodovias e hidrovias para unir os oceanos Pacífico e Atlântico, por meio da Amazônia, e exploração mineral em terra indígena, o superintendente regional do Serviço Geológico do Brasil, Marco Antonio Oliveira, instigou a velha causa.
Segundo ele, está na Amazônia grande parte da solução para a crise econômica vivida atualmente pelo País. “No Amazonas, há um imenso depósito de tantalita, minério usado na produção de eletroeletrônicos, sobretudo smartphones. Mas está tudo intocado em terras indígenas ou reservas naturais”, disse Antônio.
“Na Reserva Biológica Estadual do Morro dos Seis Lagos, em São Gabriel da Cachoeira, existe uma jazida de nióbio que vale 1 trilhão de dólares. Só falta ser usada”, completou o dirigente da CPRM. A bancada federal do Estado no Congresso Nacional precisa fazer este recado chegar a Michel Temer e sua equipe de governo.