Um estudo liderado pelo Instituto Pasteur, da França, indicou que a variante Delta do coronavírus causador da Covid-19 precisa de duas doses dos imunizantes da Pfizer ou da AstraZeneca para ser contida pelo organismo de seres humanos.
Segundo os cientistas, a variante Delta mostrou ter maior facilidade que o vírus original – ou mesmo outras cepas – para “driblar” o sistema imunológico.
O estudo, publicado nesta quinta-feira (8) pela revista científica Nature, mostrou que as células do sistema imune que foram mais eficazes em combater a variante Delta foram daqueles indivíduos que tomaram duas doses das vacinas da AstraZeneca ou da Pfizer.
Entre os que receberam somente uma dose de um desses imunizantes, 10% conseguiram neutralizar a variante, taxa que passou para 95% da amostra entre os anticorpos de indivíduos completamente imunizados.
“Uma única dose de Pfizer ou AstraZeneca foi pouco ou nada eficiente contra as variantes Beta ou Delta. Ambas as vacinas geraram uma resposta neutralizante que afetou de maneira eficiente a variante Delta somente depois da segunda dose”, escreveram os autores.
Além da variante Delta, os especialistas também fizeram testes com as cepas Alfa e Beta do coronavírus, identificadas pela primeira vez, respectivamente, no Reino Unido e na África do Sul. Segundo cientistas, que coletaram anticorpos de 162 pessoas, a variante Delta foi a cepa que mais dificultou o trabalho das células do sistema imune nos experimentos feitos em laboratório.
Primeiramente identificada na Índia, a variante Delta já foi encontrada no Brasil, mas especialistas dizem que ainda não é possível afirmar que ela esteja em ampla circulação no país.
Apesar disso, a cepa já fez vítimas fatais: uma mulher grávida, de 42 anos, que havia viajado do Japão para Apucarana, no Paraná, morreu em 18 de abril. No dia 24 de junho, o Ministério da Saúde confirmou que um homem de 54 anos, tripulante de um navio que está em quarentena na costa do Maranhão, morreu por conta da infecção.